segunda-feira, 17 de junho de 2019




Há um ano começava assim o dia. A partir de Braga de seta amarela em seta amarela a concretizar esse desejo de me pôr a caminho. A confiança nas pernas foi atraiçoada pelas dores e bolhas nos pés. Doíam-me até a alma. Sete dias sempre em dor, tudo latejava mesmo quando parava. Os tempos de descanso não foram inspiradores dessa introspecção romanticamente, antes uma meditação focada em encontrar a posição mais confortável para recuperar para o dia seguinte. Ficar quieta a observar os outros, aprender desta observação, por partilha em alguns momentos convívio e outras partilhar com o olhar ou o sorriso o respeito pelo caminho e bolhas de cada um. 
Vivo numa cidade que faz parte de um caminho e hoje, quase um mês depois de ter outra rotina pela manhã, sendo pouco mais de sete horas da manhã encontrei três peregrinos de Santiago. Deu-me aquele aperto, e com os minutos contados para apanhar o comboio desejei-lhes no silêncio das lagrimas "Bom Caminho". Com ou sem pedras, com ou sem bolhas, por etapas chegar a cada destino e conquistar no destino maior este espaço no peito que pertence a cada um e que nos conecta para sempre a todos. Revermo-nos na importância de Ser(mos).


sábado, 15 de junho de 2019



Sábado de manhã...


Neste regresso a casa a tempo inteiro, regressar a como se sabiam verdadeiramente estes momentos.

Pequeno almoço sentada na sala de estar, sem pensar que depois de amanhã já não é assim. 
Em 1996 faziam bom calçado. As mal amadas all star sem cano, hoje são como o vestidinho preto.


quinta-feira, 13 de junho de 2019






Num repente decidi sair de casa, só depois de estar pronta é que me lembrei de ver as horas, afinal tinha acordado às 7h30 e desde então não tinha voltado a olhar para o relógio. Suspirei de um alívio momentâneo pois alguns dos locais onde pretendia ir já estariam abertos. O sol espreitava pelas janelas e não coloquei em causa a roupa que escolhi para sair. Uns metros depois, deslocando-me a pé rumo ao primeiro destino dei por mim a constatar que se calhar tinha saído “à fresca” e no instante seguinte resolvi apreciar a brisa que fazia rodopiar a blusa, qual Marilyn Monroe na mítica foto sobre as grades do metro e foi neste espírito que segui pela cidade a riscar tarefas da minha lista. Porque foi feriado em Lisboa pude passar o dia em casa a desfrutar do movimento da minha pequena cidade. Cumprimentei conhecidos, que me acenaram de forma energética e feliz. Entre tarefas sentei-me num café com cheiro a pão fresco a beber um galão e a comer um bolo como se não tivesse já tomado o pequeno-almoço. Saborear sobretudo aquele momento e reviver da vidraça o passeio onde anos a fio passei rumando a uma escola e outra. Antes de me devolver a casa, resolvi de senhorita entrar numa loja só para distrair a vista e eis que a funcionária resolveu perguntar pela minha mãe. Há muito que não a via mas não se sentia à vontade para perguntar. Não só respondi, como me expus, e nos expusemos das experiencias equivalentes. A funcionária sabia o meu nome porque a minha mãe dizia com frequência “tenho de trazer cá a minha Ana”. Agora sou eu que respiro melhor neste regresso a casa, talvez por isso mesmo porque a levo sempre mais presente na memória do quanto andávamos juntas e gostávamos de circular nesta cidade, como a brisa leve e fresca que hoje me acompanhou.


domingo, 9 de junho de 2019



Aprende que tudo o que te toca faz parte de ti, mesmo o que consideras repulsivo.
Desafio-te a amar todos os aspectos do teu Ser,  isso faz com que estejas num processo contínuo de renascimento. Deixa que a tua história aconteça e faz questão de estar presente. Como o fazes? Rindo, limpando as tuas lágrimas, expressando alegria, tristeza, mas sobretudo o grande sentido de gratidão de valorizar o Caminho!!.
Nooderv kaur