Sábado de manhã...

Sábados de manhã que nunca  mais serão o que eram... Serão melhores. Meu "piolhito".

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Há uma semana que me sinto a viver uma vida que já não é a minha antiga. Catapultei para outro plano. Depois de anos a fio numa existência caracterizada por depender em última instância apenas de mim, hoje tudo está diferente. No intervalo das mamadas tento racionalizar mas sei que a resposta vai ser a mais comprida que alguma vez terei.

Ontem fez 7 dias que nascemos 

Ontem foi dia da primeira pesagem 🍀a subir e o meu corpo a continuar a surpreender-me

Ontem caiu o coto umbilical

Ontem foi dia do primeiro banho em casa 

Ontem foi dia dos dois primeiros cocós explosivos 

Muito para comemorar...

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Sábado de manhã... 

E magia continua agora nos meus braços desde 16/05/2022 (40 semanas 19h21) com a Maria Elisa a vir ao mundo. Uma alma, uma luz em 2.940kg e 48cm de corpinho, aquele que horas antes se agitava na minha barriga, que comunicava em pontapés. Os dias sucedem-se vertiginosamente cheios de novos gestos e novos sentires. Tempo de cuidar, uma rotina de AMOR. Tens em ti toda a magia divina da vida. Toda a vida é uma benção e esta que se gera é de uma dimensão que tenho dificuldade em compreender, mas agradeço em todo o tempo da minha vida. 

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25/06/1979

Quase 42 anos depois...

16/05/2022

Levei a mesma camisa de noite da minha mãe, simbolicamente, o amparo que me faltou e uma celebração. À luz dos conhecimentos atualizados da biologia sabe-se que aquando da minha gestação no corpo da minha mãe, metade da minha bebé também já lá estava. Coexistimos as três no mesmo corpo. Vivo esta experiência com o privilégio deste saber, o que faz de tudo, se é que é possível, ainda mais maravilhoso.

Maria Rosa

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Ana Cláudia 

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Maria Elisa

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Acho que esta semana chorei um bocadinho todos os dias, sempre que sentia que me estava despedir desta barriguinha, desta dinâmica com a bebé.

Anos passados a desejar ter filhos. O meu corpo anos a comportar-se como um relógio na mecânica da sua fisiologia e a vida a acompanhar esse silêncio do corpo. Uns dias depois de atirar a toalha ao chão, de chorar os filhos que nunca teria, o corpo manifestava-se de maneira diferente. Esperei dia a após dia imaginei que sim e o pior dos nãos. Um dia fiz o teste e deu positivo, vi e revi a simbologia. E a magia estava a começar. Seguiram-se e seguem-se dias de espanto por ver de repente o corpo a fazer acontecer o mistério da criação de uma vida, uma bebé, a Elisa. Ver a minha barriga crescer, desde cedo sentir-lhe os movimentos constantes nesta companhia que me faz diariamente. Como se soubesse que o meu coração descansa nesta conversa de reviravoltas e pontapés e festinhas na barriga. As suas festinhas descoordenadas de dentro para fora aquecem-me o coração e a alma. E já mais vou saber expressar a felicidade e plenitude que esta travessia desencadeia, e nele cresce o Amor. O amor que está a horas de se transformar nesta dissociação dos corpos, de dois corações que vão passar a cruzar-se na vida extra uterina. É uma contagem decrescente e crescente ao mesmo tempo. Por ela tenho chorado todos os dias. A eminência da nova etapa dá-me saudades desta fase de pura magia e mistério, e uma vertigem de desejo que passar à fase seguinte. E de uma para outra há um contínuo caminho para que cada uma de nós atravesse um portal e nos encontremos cara a cara, pele a pele, individuais e ligadas para sempre. Obrigada Amor, Elisa por nos teres escolhido como pais, por me teres escolhido como mãe. Estamos aqui para te receber e dar o melhor amor que cada um sabe e seguirmos nesta jornada de continua aprendizagem e crescimento. Podes sair para os nossos braços Amor, cá te esperamos para seguirmos vida fora. 

Agradecer em reiterada vênia ao meu corpo, ao meu útero esta magia, sabendo o esforço que trava por nós. Muito lhe pedi para ser a tua casa, para te acolher e para o que o fragiliza se dissolva neste mistério. Obrigada.

quase 39s deste Amor bom.