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Do balanço dos dias de verão…
desses dias que somaram quase dois meses e meio, alucinantes
e parte integrante de uma outra experiencia profissional. Caíu-me em mãos o que
aparentemente desejara. Propus-me descobrir dificuldades que desconhecia. Não virei
as costas na possibilidade de optar pela zona de conforto. Foi a alma que ditou a escolha de uma
conquista que não gera “vivas” de vitória diante de outros, mas gerou um desbravar de
caminho cá dentro sem tempo para contemplações ou hesitações. Exigiu-me arte na capacidade de não me deixar afectar. Que é preciso arte para não ficar presa a ontem. A ontem ou a uns segundos antes em que o acto de respirar fundo pode ser o primeiro e único exercício
de contenção, em pensamentos e palavras.
A ambição combinada
com ganância é sempre coisa para me deixar exausta ao primeiro confronto. Foram
infindáveis os embates e levei tempo a perceber que a minha lição era ficar
quieta. Assistir. Não por passividade, mas porque tudo se ajusta à posteriori e
porque há lutas que não me dizem respeito. Eu e esta tentação de me expor à
tormenta. Aproveitei para descansar e aprender perante a calma de
outros e que por isso me surpreenderam. Desconstruí e reconstruí a minha perspetiva sobre
as pessoas várias vezes ao dia.
As únicas férias foram as que tirei de mim.Ter umas horas para mim, um dia por semana e no qual me custava
muito a acordar. Nesses dias ainda olhei o sol com aquele encanto do verão, sem
o peso do calor e do pó que apanhei, e que ainda tinha por apanhar. Um dia dei por
mim a contemplar o por do sol que 24 horas depois me eram sempre traumáticos ao
perceber que ainda era demasiado cedo para o regresso a casa. A ansiedade serenava
na penumbra da noite naquela grande recta que me poupava atenção à estrada. Quase
todos os dias esbocei um sorriso antes de me deitar, sendo que a manhã desse mesmo dia parecia ter sido há muitos dias atrás.
Provavelmente chorei 5 minutos na soma dos dias. Fartei-me
das pessoas, que nem para os amigos me apetecia rir e conversar na ínfima
possibilidade de o fazer. O silêncio foi o meu melhor amigo, reconciliador de
toda a verborreia que me rodeava.
Agora que retomei o meu tempo, ainda não repensei tudo.
Agora que retomei o meu tempo, ainda não repensei tudo.
Tudo a seu tempo que há outras coisas a viver, umas entre
outras onde já só procuro escolher o que me suaviza. E depois da tormenta por
um lado, sigo pelo que me suaviza por outro e mantenho um equilíbrio e que me
permite sorrir de tudo e sobretudo, sentir esta gratidão diante da vida, diante
de um invisível em que me reconheço.
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