sábado, 19 de abril de 2014



sábado de manhã...

prepara-se para ser...

rescaldo da corrida mais ribatejana do mundo...

Desta vez não acordei nervosa para preparar o equipamento e senti falta deste ritual. É que desta vez estava convocada para fazer voluntariado na organização. 
Como quem não quer a coisa já passou um ano da minha primeira prova (SNR2013)... e de lá para cá esta crew conduziu a alterações favoráveis na minha vida... A rotina das corridas incentiva a mais treino, que por sua vez se reflete em melhor disposição e depois me faz cometer loucuras com a inscrição em determinadas provas, que depois de superadas fazem com que não queira quebrar o ritmo (mesmo que seja lento...) e isso só se consegue com disciplina na rotina (...e séries, e rampas para os momentos de maior devaneio). É uma espiral sem-fim, se não houver nada de maior que nos impeça. Tudo complementado de convívio é o que tem feito das corridas uma festa. 
Esta foi organizada por nós e para 2500 atletas e mais quem se quis juntar. Para tal, o núcleo duro movimentou-se como um polvo em várias frentes, para que num dia, e principalmente, durante umas horas nada falhasse. Acrescendo-se ainda dos voluntários promovidos a "staff" consolidou a estrutura. Há muita vontade de estar no centro nefrálgico de todos os acontecimentos (Jardim da Liberdade) mas vestir o papel de "staff " passou por mentalizar-me que para além de não realizar o percurso e não desfrutar de todas as surpresas que ele guarda ainda podia ficar longe da festa um bom par de horas. Muitos na organização sabem o que é fazer a Scalabis Night Race mas não sabem o que é correr a Scalabis Night Race... imaginam... eu que sei, digo que não é fácil a troca, foi com esse conhecimento de causa que segui num misto de pena e responsabilidade para o "posto de serviço". Antes de me fixar definitivamente ainda corri, de um lado para o outro com os stresses de ultima hora, mas não é a mesma coisa...  tum tum, tum tum no coração, ai que estou aflitinha... tic tac, tic tac, 21h no relógio, esquece lá isso... 14 minutos depois passa por mim o primeiro atleta e agora o que é que eu faço com o tsunami amarelo que o segue?! Bato palmas e apregôo incentivos tudo ao mesmo tempo... "FORÇA"... (palmas)... "TÊM ÁGUA NAS PORTAS DO SOL" (para aqueles com ar mais desesperado e para o caso de terem rejeitado o vinho à porta do Quizena)... (palmas)... "BORA LÁ ATÉ À LUA CHEIA"...(e palmas)... entre outras preciosidades de fazer inveja a muita varina de Lisboa, mas não pude colocar as mãos na cintura porque estava a bater palmas! Não sei se já disse que bati palmas?! É uma sorte que o frio está quase a passar pois para a próxima que eu me queixar das minhas mãos geladas e me vierem com a história de bater palmas para aquecer, o máximo que se podem habilitar, é a ficar com uma face quente pois isso é treta, que eu bati palmas de forma audível durante hora e meia e no fim tinha as mãos dormentes e geladas. Mas não se veja nisto uma reclamação pois tudo me saiu do coração :) embora tivesse ali um momento ou outro em que senti que parecia uma cassete em modo repeat, isso foi quebrado com o sorriso, com o aceno, com o agradecimento ou até de palmas para mim de alguns atletas!! Houve até quem me chamasse para a corrida e eu hesitei!! Como isso podia deixar o meu chefe com mais cabelos brancos (Dinis), fiquei quieta. Depois dos últimos atletas, fiquei com aquela sensação do tipo "mas foi só isto?!", "não há mais?!" "mas este pessoal não sabe correr mais devagar?!". Olhei para um lado e outro e nada… cabisbaixa por um lado, radiante por outro, pois não tardava a estar novamente no meio da festa. Antes havia que ajudar a restante equipa a colocar o local com ar de que não se tinha passado nada ali e ao mesmo tempo que seguia fui apagando os vestígios da passagem de corredores sedentos de água mas não de garrafas, como é natural! Chegando à minha meta tive tempo para comer o meu pampilho, ver que estava tudo muito bonito e animado e já o chefe ligava a pedir reforços para recolher grades de ferro... queria homens... é nestas alturas que a desigualdade de gêneros nos convém e depois de lá conseguir uns corajosos voluntários (em sair dali) acabei por seguir com eles e ajudei como pude. Desmobilizei e eles ainda seguiram para mais uma volta e eu fui mais bocadinho à festa. Levantei a minha bifana e a respectiva imperial e degustei o meu momento. Entretanto já só havia pessoas da organização... uns com ar mais acabado do que outros. Mas este pessoal está sempre pronto para mais festa e faltava a do "staff" (que bem merecia!!)...




a crítica é favorável e parece que para o ano querem mais... CARREGA SNR!!


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