domingo, 23 de fevereiro de 2014



levantar cedo e cedo erguer, dá saúde e às vezes é para correr... (mas onde é que eu já disse isto?!)






ontem, foi só um aquecimento para o que me esperava hoje, um trail.  Para começar eramos poucos, a maioria da minha equipa amadora (amadora mas teve hoje 3 representantes na maratona de Sevilha) deixando-me probabilisticamente sem muitas duvidas de que chegaria lá para ultimo, e o que é que isso tem? nada, só que para o caso da coisa correr mal, havia poucas probabilidades de aparecer quem me ajudasse! Pouco depois da partida impôs-se a pergunta da praxe: "mas para que é que eu me meto nisto?!", isto porque ainda estaria a pensar que apesar de me ter inscrito para os 25km, estava (feliz) convencida que seriam apenas 23km, contudo antes de iniciar fui informada que seriam 26km, Ok! lá está, "mas para que é que eu me meto nisto?!". Para desanuviar... é verdade... eu gosto de desanuviar ao quilometro. Foi com esta animação que iniciei mais esta aventura por vales, montanhas e... mutcha de lama. Houve oportunidade de passar por cenários paisagísticos muito diferentes e lindos, dos quais lamento não ter registo fotográfico. Davam vontade de ficar ali a contemplar, mas havia que seguir em frente rumo à chegada. Houve um local, onde me senti particularmente bem, parecia estar num bosque encantado, onde poderia escutar o trote do cavalo do mensageiro do rei, ou a qualquer momento, poderiam saltar duendes por detrás das árvores. Em nenhum outro trail desejei tanto os abastecimentos, principalmente o segundo (ao km 16) onde saberia que ia encontrar laranja e pão com marmelada. Chegando lá, mutcha lama depois, ainda comi banana para confortar o estomago e quiçá para ter a certeza de que o tinha, pois da cintura para baixo começava a dar-me a sensação de estar a ficar desgastada... Foi uma constante de subidas e descidas e subidas e mais subidas. Descobri que com a idade há coisas que não mudam, tais como, o meu jeito para a patinagem artística (na lama). Escorregam-me muito os pés, nunca vão para onde eu quero, desequilibro-me muito e esbracejo sem elegância, enfim uma lástima. É o que chega para deixar uma mulher "empenada" mas sublinhe-se que não caí, portanto não sou um caso radicalmente perdido. Entretanto ao longo dos 26km perdemos-nos duas vezes, eu e a aventureira S. que partilhou comigo esta mais-que-meia-maratona, o que faz com que, aos quilómetros anteriormente mencionados, some mais os meeeeetroooos que andámos perdidas. Estava tudo muito bem assinalado, ao que espalhou a cal e as fitas, não dê por mal empregue o tempo e paciência que teve, nós é que estávamos distraídas. O moço da btt em boa hora apareceu para nos perguntar "mas onde é que vocês vão?!" o mesmo não posso dizer quando no final daquela íngreme descida, onde temi pela vida, disse "esta era a parte mais crítica do percurso", devo concordar discordando, pois não me viu a patinar. Para acabar, com algum esforço e força de vontade, daquela fonte inesgotável que mora cá dentro, lá fui metendo os pés um à frente do outro em direcção à meta. Antes de voltar ao alcatrão atravessei o ribeiro de água límpida e fresquinha (que ao inicio me escapei), aproveitando a força da corrente para lavar as sapatilhas, era escusado trazer a lama para casa ou para a banheira que foi onde as descalcei pois por dentro permaneciam "recuerdos" de 3h30 de todo este fantástico e ensolarado trail. "Fantástico" por agora, que já estou aqui há muito tempo sentada a escrever, pois quando me tentar levantar... ai, ai, sou mulher para mudar de opinião durante uns dias...

à S. o meu muito obrigada pelo companheirismo, foi francamente melhor partilhar esta aventura


3 comentários:

Alex disse...

Que bom e que coragem!

koklikô disse...

26 km ????? Que maluca !!!! :D
Onde foi?

Ana Fernandes disse...

:) olá Dulce!! sim acho que é necessária uma dose de loucura, para uns mais para outros menos, mas tem que estar presente. Foi em Almoster (e arredores!!)