domingo, 29 de dezembro de 2019



Meanwhile... 



Dedico-me a pequenos passos ao desenho. Tentar reencontrar nele a paz e abstração de outros tempos. Um espécie de cura dos sentimentos. Num final de ano como que imune a potencialidade de mudanças porque a preocupação, a incógnita transita de um ano para o outro. Eu sempre soube que tudo podia falhar menos a saúde. Este impasse, este estado, faz-me sentir mais perdida, na soma de tudo do que se passou este ano.
Depois de pouco mais de 2 anos a viver semanalmente fora da minha casa de conforto, com o coração a enraizar no constante improviso, resultou de mim alguém que me custa a reconhecer. Os últimos 7 meses de foram de adaptação ao novo desafio profissional, de regressos sucessivos a mim. Um vai e vem a dar voltas para aquela que saiu um dia. A que saiu nunca será a que voltou. Não a posso encontrar e os últimos 15 dias somaram à busca espiritual a derradeira noção do eu físico, da matéria de que sou feita. Uma queda parece ter exteriorizado que para além da mente também o corpo se pode dividir e parte mim passou a ter uma percepção diferente do calor e frio, tornando-se menos sensível. Este foi o rastilho para me colocar neste patamar de mil e um cuidados com os meus movimentos. A desejar profundamente a rotina, mesmo que por vezes enfadonha, mas na que acreditava ser livre para... Em poucos dias olhar para os outros, mesmo sem ser olhos nos olhos e não reconhecer as pessoas na plenitude das suas vidas, como conseguem ser distantes do essencial. Como eu também consigo ser assim. Como ainda não sei ser melhor....


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