segunda-feira, 30 de setembro de 2024

sábado, 28 de setembro de 2024

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Enquanto pendurávamos as folhas na árvore da sala, perguntei à Elisa o que era aquele fio castanho que eu estava a usar e ela respondeu: "cabelo...."
Porque não?


ontem a sairmos do jardim das portas do sol, cada uma com uma mão cheia de folhas 🍂 apanhadas do chão e a Elisa diz ".... Xaau folhas"...
Isto é tão bonito, não é?!


terça-feira, 10 de setembro de 2024



Deitei-a ao meu lado... mudou de posição e quis adormecer assim...🩷🥹

Sobre o banal

"...Vem fazer do banal, um dia normal..."


Música de Luísa Sobral em 


Sobre o banal

Poema de João Luís Barreto Guimarães "Incêndio"

Pode alguém não amar o banal?

Alguém já cuidou que assim fosse,

desde os primeiros cueiros!

A primeira bebedeira infantil.

O cuspir mais alto, o mijar mais longe.

A dejua da sopa morna às 4 da manhã

O cheiro da cafeteira das 9

espumando fervura por 3 vezes

O perfume do peixe fresco

na fritura das 10

o almoço do pai no meio do pão

O jantar depois do meio-dia

a instrução primária até às 3 da tarde

as incompreensíveis reguadas nas mãos

as pancadas na nuca após a súplica

a violência dos puxões de orelhas

após o protesto…

A mãe passando a ferro vigiando cópias

O pai passando multiplicações e divisões

de 12 algarismos antes da sesta

Como pode alguém não amar o que é feio?

Trazer para o poema

os abusados que abusam

os violentados que violentam...

só assim perante o injusto

pode o Incêndio acontecer

e alimentar a equívoca esperança

Sobre o banal

Poema de Joyce e Ana Terra "Essa mulher" com Elis Regina 1979)

De manhã cedo essa senhora se conforma
Bota a mesa, tira o pó, lava a roupa, seca os olhos
Ah, como essa santa não se esquece
De pedir pelas mulheres, pelos filhos, pelo pão
Depois sorri meio sem graça
E abraça aquele homem, aquele mundo que a faz assim feliz

De tardezinha essa menina se namora
Se enfeita, se decora, sabe tudo, não faz mal
Ah, como essa coisa é tão bonita
Ser cantora, ser artista, isso tudo é muito bom
E chora tanto de prazer e de agonia
De algum dia, qualquer dia entender de ser feliz

De madrugada essa mulher faz tanto estrago
Tira a roupa, faz a cama, vira a mesa, seca o bar
Ah, como essa louca se esquece
Quanto os homens enlouquece nessa boca, nesse chão
Depois parece que acha graça
E agradece ao destino aquilo tudo que a faz tão infeliz

Essa menina, essa mulher, essa senhora
Em quem esbarro a toda hora no espelho casual
É feita de sombra e tanta luz
De tanta lama e tanta cruz que acha tudo natural


quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Elisa: ....oh mãe o xapatinho?! (à saida de casa p o hall do prédio)

Tanto evitei dizer-te para calçares os sapatos para não dispersarem que saímos contigo descalça 😂



segunda-feira, 2 de setembro de 2024

 

Primeiro dia do regresso à creche. O ano passado estava muito nervosa com a mudança de creche, a questionar-me se teria tomado a decisão certa, para ti e para mim. Sofri na dúvida. Ficaste 2 dias a chorar mas quanto te ia buscar estavas bem (do que se entende por bem ao mudar a rotina de uma bebé repentinamente de um contexto de férias para estar fechada numa sala com desconhecidos). Depois nunca mais choraste, até hoje. Apática e a observar mas ficaste nessa distração em que vives a absorver o mundo que te rodeia. Quando te fui buscar já me havia mentalizado que haveria alguma alteração de humor e assim foi, um misto de excitação a camuflar um cansaço, acredito que mental de teres passado um dia a gerir emoções de sucessivos comportamentos adaptativos às circunstâncias que te rodearam. Passeamos, com um ida ao chaqueca (escorrega) passando pela cidade, pela biblioteca e regressando já com sentido no lérilé (leitinho), onde quase sucumbiste. Pensei se devia aproveitar para descansares mas ao mesmo tempo parecia ainda muito cedo. Sucederam-se birras alternadas de excitação, choro e adormeceste sim que pudeste. Também estava cansada a fazer o meu esforço por te compreender e respeitar. Falhei, fiz o melhor que pude. Chorei quando saí da creche, por mim e pelos pais que deixam os filhos pela primeira na creche. Um ano voou, todo o tempo do mundo contigo é pouco. 




Amo-te muito Elisa ♥️

Este ano o tema de decoração da creche são os moinhos de papel, que eu adoro. Portanto logo à entrada fiquei entusiasmada com esta particularidade e pensei nos gigantes de D. Quixote. Como se agigantam estes dias, na bravura com que te vejo a seres num momento de cada vez. Seguir rodando ao sabor não vento nesta fragilidade de ser criança.